domingo, 21 de julho de 2013

Um mal que corrói a sociedade

Um mal que corrói a sociedade

O exercício da cidadania pressupõe indivíduos que participem da vida comum. Organizados para alcançar o desenvolvimento do local onde vivem, devem exigir comportamento ético dos poderes constituídos eficiência nos serviços públicos. Um dos direitos mais importantes do cidadão é o de não ser vítima da corrupção.

De qualquer modo que se apresente, a corrupção é um dos grandes males que afetam o poder público. E também pode ser apontada como uma das causas decisivas da pobreza das cidades e do país. Já ouviu-se falar e é verdade que a corrupção corrói a dignidade do cidadão, contamina os indivíduos, deteriora o convívio social, arruína os serviços públicos e compromete a vida das gerações atuais e futuras.

Estudos revelam que anualmente a corrupção desvia dos cofres públicos cerca de 20 bilhões de reais. Os efeitos são perceptíveis na carência de verbas para obras públicas e para a manutenção dos serviços, o que dificulta a circulação de recursos e a geração de empregos e renda. Contribuíram para a composição desse valor desviado, casos conhecidos e bastante divulgados como a corrupção nos Correios, o Mensalão, a Máfia dos Sanguessugas, entre outros e muitos outros que não vêm ao conhecimento da sociedade.

Outro fato que contribui para a existência de atos corruptos é o envolvimento de funcionários públicos que “ganham” cargos de livre nomeação a disposição dos maus candidatos eleitos para governarem o Poder Executivo que, ao oferecerem cargos públicos, recebem em troca favores diversos, criando-se assim, uma relação promíscua do toma-lá-da-cá. Para isso, a alternativa é a redução drástica do número de cargos ocupados por indicação política e a intensificação do ingresso de servidores através de concursos públicos.

Existe uma lista de órgãos públicos de controle que disponibilizam à sociedade meios e alternativas de combate à desonestidade nas administrações públicas, aos quais competem aplicar medidas contra diversos atos de corrupção. Órgãos como o Ministério Público, os Tribunais de Contas, as Casas Legislativas, Polícia Federal, as Secretarias de Fazenda e as Agências Reguladoras dos setores envolvidos.

Suas respectivas ações dentro de suas competências, contribuem diretamente para a diminuição da corrupção. A sociedade, por sua vez, deve buscar estratégias de participação na condução de seu próprio destino. O acesso às informações como a identificação de candidatos envolvidos em corrupção ajuda a não nos deixarmos ser repetidamente enganados. Portanto, para não se esquecer é preciso anotar e guardar os nomes e as caras dos corruptos divulgados na mídia, para que na hora de escolher um candidato, verificar se o cara-de-pau se encontra contemplado na lista negra.

Temos que ser intransigentes com todos os tipos de desmandos no setor público e nos esforçarmos no sentido de cobrar a aplicação das sanções cabíveis, com punições rigorosas e exemplares àqueles que lesam o patrimônio público.

Por fim, não podemos esquecer, que estamos às vésperas de eleições municipais e iremos às urnas, e aí é chegada a hora de mudarmos a face indecente que se encontra a Nação, usando a arma mais poderosa que possuímos: o voto, para mostrar que o povo não está inerte aos desmandos, dando um cartão vermelho a todos os políticos e seus apadrinhados envolvidos em ações corruptas e desonestas e, portanto, contrários aos interesses da sociedade.

Reinaldo Valino é Analista de Controle Externo do TCE-PA.


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