quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A SAGA DE DONA MARIA

Angustiado!

Os nomes das Personagens dessa história são fictícios, entretanto, de fato elas existem.

Passo a conta de forma bem resumida a saga da vida da Senhora Dona Maria. A triste história de Dona Maria.

Dona Maria prestes a completar seus Oitenta e dois anos , no dia 15 de Dezembro; gerou seus onze filhos, dentre estes dois morreram ainda quando pequenos (recém-nascidos), sobrando nove criaturas abençoadas. Viúva há dezoito anos, convive em sua casa com uma filha especial, a Mel, e também com filho que hoje é o mais próximo e por isso oferece os cuidados diários merecedores a Dona Maria.

 Os filhos sobreviventes, atualmente todos bem cuidados; foram bem criados; a maioria (salvo engano) casados, com filhos e netos. Pois é, Dana Maria tem tudo para se sentir uma mãe realizada se não fosse o sabor amargo da Solidão e Abandono.

Isso porque, Dona Maria às vezes que passa mal e precisa de uma condução para ser levada ao hospital não aparece nenhuma "criatura abençoada" - acima referida, apesar de sua residência ficar bem próxima da residência de sua filha, cujo marido tem um veículo mas que não se presta a transportar-la porque não gosta de ser incomodado e a esposa (filha de Dona Maria) não faz questão de convencê-lo porque também ela não gosta muito de hospital.

Outro filho, que também tem veículo, inclusive faz alternativo, nem sequer aparece ou dar notícias, nunca visita a mãe; não se mostra solidário e também não faz muito esforço. Lamentável.

Os demais, alegam que por serem casados e terem família para cuidar e dar atenção não encontram tempo para Dona Maria. Imaginam eles que o dever de cuidar é tão somente do filho solteira que reside com Ela.

Este, por sua vez, já está como dizem: “Calejado”; cansado de cuidar a tanto tempo de sua mãe sozinho, vendo os outros filhos negligenciarem atenção, carinho e afeto. De certa forma, é compreensível. Cuidar de uma idosa e de uma irmã especial não é fácil. No entanto, o solteirão já não tem mais a paciência que dantes e fica, frequentemente, resmungando dizendo que já não agüenta mais essa vida; não vê a hora desse sofrimento acabar.

Deus me perdoe.  Mas hoje Dona Maria está no hospital de Igarassu porque não deu tempo de chegar a Capital Recife; incubada e em coma. Caso aconteça o pior e Dona Maria venha a falecer; fico imaginando o velório dessa Senhora, na certa todos os filhos vão aparecer; vão lamentar; chorar e dizer: minha mãezinha se foi. E ela em outra dimensão deve responder: eu fui porque deixaram eu ir.


É COMO O DITADO DIZ: Uma mãe é para cem filhos, mas cem filhos não é para uma mãe. 

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